Na adolescência, perdi anos e anos me sentindo menor, mal comigo e com os outros, e fiz do meu isolamento e alienação uma forma de afastar a todos.
Pais são sempre os primeiros, irmãos junto, e depois vêm os "amigos". Convivi e administrei as sensações por dentro, nunca me expondo e nunca revelando realmente quem eu sou.
Os anos de faculdade foram da mesma forma, sempre me esquivando e lutando contra, nunca olhando nos olhos, sempre me afastando quando alguém chegasse perto demais.
Daí vieram os golpes da vida, e o caminho se abriu para mim diante da dor mais intensa que já senti: a da alma.
Faz quase dois anos que tudo aconteceu, e somente agora começo a tirar a cabeça da lama.
Encontrei o amor verdadeiro, encontrei com Ele. Porém, o caminho que se apresentou foi o mais difícil de todos.
Percebi que somente iria mudar minha vida e melhorar como ser quando olhasse para dentro.
De nada adianta decorar passagens da Bíblia, mesmo que isso seja essencial.
De nada adianta descobrir o que é ser amado, mesmo que isso seja primordial.
O que começa a resolver realmente os problemas é encarar o que tenho dentro. Nada de espelhos, pois eles não revelam.
Cada dor, cada sofrimento, cada esperança, cada luz vem do que carrego dentro. Isso é ensinado pelo Salvador, e só depois de muita lapada é que começo a engatinhar no caminho.
Não é o mais fácil, com certeza. Foram mais de 18 anos no escuro, mas agora vejo que apenas a luz vale a pena.